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Diálogos RJ: retirada da água da Estação Gávea do metrô termina nas próximas semanas, diz presidente da concessionária

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Retomadas em abril após dez anos paradas, as obras de conclusão da estação Gávea do metrô estão prestes a entrar em nova fase a partir do próximo mês. A drenagem de 60 milhões de litros d’água — o equivalente a 24 piscinas olímpicas — dos dois poços de acesso às obras, antes prevista para acontecer até o início do ano que vem, será antecipada e deve ser concluída nas próximas semanas. Isso vai permitir que o trabalho de detonação de explosivos para abrir caminho em meio à rocha comece a partir de novembro.
Segunda mesa. O mediador Galdo, Adilson de Faria Maciel (secretário de Planejamento e Gestão), Cris Alkmin J. Schmidt (MSGas) e Guilherme Ramalho (MetrôRio)
Fabiano Rocha
— Estamos agora no momento de retirada da água, esse processo vai ser concluído nas próximas semanas e a partir do mês que vem a gente inicia a fase de obra civil com detonação, aquela obra mais perceptível para a comunidade vizinha. A obra está andando a pleno vapor e em 2028 será entregue — disse Guilherme Ramalho, presidente da concessionária MetrôRio.
O anúncio foi feito nesta terça-feira durante o Diálogos RJ, encontro promovido pelo GLOBO, com autoridades e especialistas, no auditório do jornal. O presidente do MetrôRio participou do segundo painel do dia, cujo tema foi “Como destravar os nós em serviços públicos”. A retomada das obras da estação Gávea após uma década — fruto de amplo acordo firmado entre governo do Estado do Rio, Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), Ministério Público, Tribunal de Justiça, MetrôRio e o consórcio construtor — foi apresentada como caminho a ser seguido na dissolução de entraves responsáveis por atrasos ou descontinuidade de obras e serviços.
Busca de consenso
Também presente ao evento, o presidente do TCE-RJ, conselheiro Márcio Pacheco, observou que há uma aposta do tribunal em novos mecanismos de fiscalização baseados na transparência, no diálogo e na prevenção de falhas na gestão pública. A ideia é substituir o modelo de controle reativo — que atua após o problema — por ação mais pedagógica e colaborativa. Essa medida faz parte, segundo Pacheco, de uma tendência nacional de transformar os órgãos de controle em parceiros na execução de políticas públicas, reduzindo a atuação meramente punitiva e fortalecendo a eficiência administrativa.
— Fundamos o núcleo de consenso no Estado do Rio e mais oito tribunais de contas têm avançado na formalização desse processo. A consensualidade não pode ser usada como motivo para o gestor não se planejar, ou seja, deixa dar problema, amanhã eu resolvo. Não. Mas, em alguns casos, se não for ela, não resolve. Foi o caso do metrô — observou Márcio Pacheco. — Se a gente não tivesse sentado como uma espécie de mediador, com a boa vontade do governo do estado e com as empresas envolvidas, com transparência, isso não teria sido resolvido.
Pacheco participou da primeira mesa, com o tema “Transparência nos investimentos e novos modelos de concessão”, que ainda teve entre os debatedores Nicola Miccione, secretário estadual da Casa Civil.
— No fim das contas, estamos falando de investimento. Nenhum ente privado vai colocar dinheiro onde não há retorno — e, para isso, é essencial ter segurança jurídica. Hoje, infelizmente, ainda é comum no Brasil que, quando uma empresa perde uma licitação, recorra ao Judiciário. E, muitas vezes, a chance de sucesso aumenta se o contrato é mal feito ou se não existem mecanismos de resolução rápida estabelecidos previamente — disse Miccione, elogiando a iniciativa do TCE.
O titular da Casa Civil lembrou o caso do Jardim de Alah, entre Ipanema e Leblon, cuja concessão avança em meio a disputas judiciais:
— O Jardim de Alah está parado até hoje por causa de discussões intermináveis. Só quem ganha com isso são os advogados, e digo isso com todo respeito à minha classe. São brigas homéricas na Justiça, enquanto o equipamento público continua sem cumprir seu papel. Precisamos romper esse ciclo. Segurança jurídica, diálogo e mecanismos eficientes de resolução de conflitos são o caminho para destravar investimentos e garantir que as obras saiam do papel.
O secretário estadual de Planejamento e Gestão, Adilson de Faria Maciel, disse que o governo tem apostado em tecnologia para melhorar processos:
— Utilizamos inteligência artificial não apenas na aquisição de bens, mas também no controle geral. Ela verifica se empresas contratadas atendem às políticas de compliance do estado. Graças a isso, quase não há mais contratações de empresas negativadas. A tecnologia, sem dúvida, tem sido um instrumento essencial para modernização, economia e eficiência na administração pública — disse.
Reforma administrativa
Respondendo à pergunta feita pelo jornalista Rafael Galdo — editor de Rio do GLOBO e do EXTRA e responsável por mediar o debate — sobre como tornar mais eficiente a gestão pública, Guilherme Cezar Coelho, fundador da República.org e da MaisProgresso.org, apontou a necessidade de uma reforma profunda.
— A gente tem a oportunidade de fazer uma reforma administrativa no Brasil, algo muito necessário e que há 20 anos não é discutido da maneira como deveria ser, mas agora existe um consenso de que não deve ser uma reforma punitivista, mas para melhorar, incentivar cada vez mais profissionais excelentes que trabalham nos governos — defendeu.
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