Dados do TSE e de institutos de opinião revelam baixo interesse em filiação partidária e participação ativa em movimentos políticos e comunitários
A participação política direta no Brasil ainda é restrita a uma parcela pequena da população. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2023 pouco mais de 15,8 milhões de pessoas estavam filiadas a partidos políticos, o que representa cerca de 7% a 8% do total de brasileiros. Entre os jovens, o engajamento é ainda menor: apenas 1% dos eleitores com até 24 anos optaram por se associar a alguma legenda.
Além da baixa filiação, pesquisas recentes indicam que o desinteresse em atuar na política cotidiana é predominante. Um levantamento do Instituto Cidades Sustentáveis em parceria com o Ipec (2025) mostrou que 80% dos brasileiros não desejam participar ativamente da política local, seja em conselhos, associações ou outras instâncias comunitárias.
A falta de identificação com partidos também reforça esse distanciamento. Dados do Paraná Pesquisas revelam que 38,6% dos brasileiros afirmam não simpatizar com nenhuma sigla entre as listadas no estudo — o maior percentual isolado registrado.
O conjunto de números sugere que, embora a política esteja no centro das discussões públicas, o envolvimento direto continua restrito. “Há um claro descompasso entre o interesse em debater política e a disposição de se engajar formalmente”, avalia o relatório do Instituto Cidades Sustentáveis.
O cenário aponta que a maior parte da população acompanha o debate político de forma indireta, pelas redes sociais e pela imprensa, mas evita vínculos institucionais ou compromissos de militância contínua.
