Pesquisa aponta Michelle Bolsonaro e Ibaneis Rocha à frente, mas Leila do Vôlei e Erika Kokay correm por fora com apelo progressista
A disputa pelas duas vagas ao Senado em 2026 no Distrito Federal já ganha contornos de grande polarização. Quatro pré-candidatos despontam como protagonistas: Michelle Bolsonaro (PL), Ibaneis Rocha (MDB), Leila do Vôlei (PDT) e Erika Kokay (PT).
Segundo levantamento do Paraná Pesquisas, realizado entre 23 e 27 de agosto de 2025 com 1.510 eleitores (margem de erro de 2,6 pontos percentuais e 95% de confiança), o cenário inicial é o seguinte:
- Michelle Bolsonaro (PL): 36,0%
- Ibaneis Rocha (MDB): 35,6%
- Leila do Vôlei (PDT): 25,4%
- Erika Kokay (PT): 22,8%
Os números revelam vantagem inicial para os nomes ligados à direita, mas indicam também que o campo progressista terá força significativa na disputa.
Os pré-candidatos em detalhe
Michelle Bolsonaro (PL): capital político da direita conservadora
O ex-presidente Jair Bolsonaro confirmou, em julho de 2025, que a ex-primeira-dama será candidata ao Senado pelo DF.
“O que está acertado até agora é que ela é candidata ao Senado pelo Distrito Federal”, declarou Bolsonaro ao jornal O Tempo.
Michelle lidera a pesquisa com 36%, apoiada principalmente pelo eleitorado conservador, religioso e feminino. Seu desafio será consolidar essa base sem perder espaço para Ibaneis Rocha, que também disputa a preferência da direita.
Ibaneis Rocha (MDB): saída do governo para buscar nova cadeira
Em entrevista ao Metrópoles, em 8 de setembro de 2025, o governador confirmou que deixará o cargo em abril para disputar o Senado.
“Sou candidato ao Senado. Saio do governo no início de abril do ano que vem. Já estou em pré-campanha, visitando minhas bases e apoiadores”, afirmou.
Com 35,6% na pesquisa, praticamente empatado com Michelle, Ibaneis aposta em sua gestão e em sua experiência como advogado.
“Tenho capacidade jurídica e de interlocução. Quero ser um instrumento de pacificação e representar bem o DF no Congresso”, completou.
Leila do Vôlei (PDT): busca pela reeleição
Eleita em 2018, Leila confirmou em março de 2.205 ao Poder360 que disputará novamente o Senado.
“Quero garantir que o Distrito Federal mantenha ao menos um representante progressista no Senado. Esse é o meu compromisso com a população”, declarou.
Com 25,4% na pesquisa, Leila aparece como nome competitivo, especialmente entre eleitores progressistas e indecisos que buscam alternativas fora da polarização.
Erika Kokay (PT): candidata oficial da esquerda
O PT-DF oficializou, em 24 de fevereiro de 2025, a pré-candidatura da deputada federal ao Senado.
“Assumo essa missão com um compromisso inegociável com a defesa da democracia e a construção de um Distrito Federal mais justo para todas e todos”, disse Kokay em suas redes sociais.
Com 22,8%, Erika tem apoio firme de lideranças petistas. O deputado Chico Vigilante destacou:
“O DF vai mostrar que não é propriedade da direita. Aqui tem uma esquerda organizada, e a Erika é quem, efetivamente, representa essa esquerda”.
Quadro comparativo dos pré-candidatos ao Senado pelo DF (2026)
Candidato | Partido | Intenção de voto (%) | Base Eleitoral | Pontos Fortes | Desafios |
---|---|---|---|---|---|
Michelle Bolsonaro | PL | 36,0% | Conservadores, religiosos, eleitorado feminino | Forte ligação com o bolsonarismo; apelo religioso e popularidade entre mulheres | Evitar divisão com Ibaneis e manter protagonismo fora da sombra do ex-presidente |
Ibaneis Rocha | MDB | 35,6% | Eleitorado de centro-direita, empresários, advogados e gestores públicos | Experiência de governo; perfil conciliador | Superar rejeição acumulada após gestão; disputar voto conservador com Michelle |
Leila do Vôlei | PDT | 25,4% | Progressistas, jovens, esportistas e agentes culturais | Senadora em exercício; discurso contra polarização | Ampliar alianças e captar votos de indecisos diante de Erika Kokay |
Erika Kokay | PT | 22,8% | Eleitorado de esquerda, servidores, movimentos sociais | Histórico de militância; apoio do PT e da esquerda organizada | Disputa direta com Leila no campo progressista pode fragmentar votos |
Análise do cenário
Com duas vagas em disputa, há possibilidade real de uma configuração mista no resultado: uma vaga para a direita (Michelle ou Ibaneis) e outra para o campo progressista (Leila ou Erika).
O desempenho na campanha, a capacidade de costurar alianças e a definição de quem melhor conseguirá dialogar com os indecisos serão fatores decisivos. A tendência, segundo analistas, é que a eleição seja marcada por forte polarização, mas também por uma disputa interna em cada campo político.
